Roda de conversa no MIS destaca resistência do movimento negro em Campinas

Nesta terça-feira, 19 de setembro, às 19h, lideranças políticas, culturais e religiosas da comunidade negra de Campinas se reúnem para um debate no Museu da Imagem e do Som. A roda de conversa, aberta gratuitamente a todos os interessados, destaca as estratégias de enfrentamento e resistência política e cultural do movimento negro na cidade. A atividade é uma realização do curso livre de documentário audiovisual, DOC360o, no âmbito do programa educativo do MIS, Pedagogia da Imagem.

 

 

Estão confirmadas as participações (em ordem alfabética) de Alessandra Ribeiro, liderança da Casa de Cultura Fazenda Roseira, doutora em urbanismo; Andrea Mendes, artista plástica e curadora da exposição “Memórias Históricas do Hip Hop Interior”; Antônio Carlos Silva (TC), coordenador da Casa de Cultura Tainã; Lidiane da Silva Gomes, diretora do Sinpro e Secretária da Igualdade Racial da CTB-São Paulo; Lúcia Castro, coordenadora do grupo “Aos Brados”; Mãe Dango, liderança religiosa; Márcio do Carmo, do Centro Cultural “Clube Machadinho”; Reginaldo Bispo, fundador do Movimento Negro Unificado; Sebastião Arcanjo (Tiãozinho) militante, ex-deputado e ex-vereador, e de um representante do Conselho Municipal da Comunidade Negra.

 

 

Primavera dos Museus

 

 

O encontro marca a comemoração da 11a. Primavera dos Museus, campanha realizada nacionalmente pelo Instituto Brasileiro de Museus com o objetivo de aproximar essas instituições da sociedade. Este ano, o tema escolhido pelo Ministério da Cultura foi “Museus e suas memórias”.

 

 

A roda de conversa programada pela equipe educativa do MIS questiona e amplia esse mote. “Museus também são feitos de esquecimento. Nossa proposta é pôr em destaque as memórias que historicamente têm sido silenciadas e estão, muitas vezes, ausentes dessas instituições. É preciso reconhecer os processos de memória, ver e ouvir a riqueza cultural que tem sido produzida pelos movimentos sociais, para além do que tem sido mantido nas instituições oficiais da cidade”, afirma Juliana Siqueira, especialista cultural há 13 anos no MIS. “Por isso, decidimos abrir essa discussão no DOC360o, curso de documentário que em 2017 elegeu como tema ”Memória e (re)existência na cidade escravocrata”, completa o agente cultural Batata, um dos orientadores da formação.

 

 

DOC360o e Pedagogia da Imagem

 

 

DOC360o é um percurso de formação em documentário audiovisual desenvolvido desde 2012 por agentes culturais do Museu da Imagem e do Som de Campinas no contexto de seu programa educativo Pedagogia da Imagem. Orientada pela Museologia Social, a Pedagogia da Imagem visa a compartilhar linguagens, tecnologias e técnicas necessárias à produção de filmes, bem como a promover a reflexividade sobre esses elementos e seu papel na configuração de nossas matrizes culturais. Trata-se de um programa que faz do audiovisual um meio para apropriar-se do processo museológico.

 

 

Ao longo de três edições, os participantes do DOC360o têm desenvolvido, além de dezenas de curtas e médias metragens, dois projetos de longas independentes: “Baile para matar as saudades”, de Erica Giesbrecht, e “Caiçaras: às margens do Brasil”, de Guilherme Rodrigues, recém-lançado. Em 2017, a terceira turma trabalha o tema “Memória e (re)existência na cidade escravocrata”, dedicado a questionar os processos de produção de memória e esquecimento, visibilidade e invisibilidade na cidade de Campinas, configurados a partir de seus acervos audiovisuais. O objetivo é enfrentar as permanências dos procedimentos de discriminação e inferiorização racial que ainda persistem no tecido social e cultural da cidade, utilizando o audiovisual como mediador da ação transformadora.

 

 

Realizado em construção colaborativa com coletivos culturais da cidade e com o apoio do CIS-Guanabara (Unicamp), o curso tem duração de 35 encontros de 3 horas/aula, realizados às terças-feiras, das 19h às 21h30, encerrando-se em novembro.

 

 

Serviço

 

 

Roda de Conversa Estratégias de enfrentamento e resistência política e cultural do movimento negro na cidade. 

 

Quando: 19 de setembro, às 19h

Onde: Sala Imagens de um Sonho, do MIS Campinas. Rua Regente Feijó, 859, Centro.

Atividade  gratuita.