Emanoel Araújo nos deixou
Mas será que ele foi devidamente apresentado e reconhecido?

Emanoel nasceu na Bahia, formou-se na Faculdade Belas Artes da Universidade Federal da Bahia. Muitos conhecem suas obras, mas não a autoria. Pessoa dotada de polivalência, foi artista plástico, escultor, gravurista com exibição em mais 200 exposições entre individuais e públicas. Pesquisador, colecionador, curador, gestor público cultural e ativista incansável, talvez estas duas últimas tenham sido sua grande estratégia para reconfigurar as artes visuais brasileiras, que eram marcadamente brancas e racistas.

Foi diretor do Museu de Arte da Bahia, da Pinacoteca de São Paulo, professor de artes gráficas e do Museu Afro Brasil, persistido por ele há décadas, e realizando sua abertura em 2004. Um museu comprometido com a produção de conhecimento, preservação e difusão da memória negra, através de pesquisas, publicações e exposições. Mestre Emanoel Araújo, vá em paz e muito obrigada por tanta resistência, insistência, persistência e inteligências.

*Texto de Andrea Mendes

*Andrea Mendes é artista, curadora e pesquisadora, graduada em artes visuais pela PUC-Campinas, Mestranda em Relações Étnico Raciais pelo Cefet/RJ e vice presidenta do Conselho de política cultural de Campinas