A exposição "Desobedeça" do artista visual Danilo Cunha será aberta ao público na sexta-feira, 26 de agosto, a partir das 17h, no Saguão da Estação Cultura. A mostra é gratuita e contará com cerca de 25 obras que apresentam uma estética que tem como um de seus principais eixos a reutilização de materiais.

Aquilo que é descartado pela sociedade, como banners, embalagens usadas e vazias e restos de propagandas, que ainda mantém vestígios de sua colagem em paredes ou postes, são pontos de partida para diversos tipos de intervenção.

Colagens, tags, pixo e estêncil são incorporados a esses restos da sociedade de consumo e utilizados de maneira crítica. Geram assim no observador uma reflexão sobre uma existência em que a capacidade de ter objetos é hipervalorizada. Ao trabalhar com aquilo que a sociedade não mais deseja, o artista propõe a construção de uma outra forma de pensar.

A abertura contará com a participação especial do DJ João Oliveira, idealizador do projeto “Massa Brasilis", que trata de pesquisa musical e discotecagem das “Brasilidades” que investiga e viaja pela variedade rítmica da música brasileira.

A mostra segue até 2 de outubro e pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h, e aos sábados, domingos e feriados, das 9h às 15h.

Sobre o artista

Danilo Cunha é um artista visual brasileiro. Trabalha com múltiplas linguagens, como fotografia, desenho, colagem, estêncil, lambe, grafite, pixo, intervenções gráficas.

Mistura as mais variadas técnicas que desenvolve para obter resultados surpreendentes. Utiliza materiais tradicionais e inusitados, frequentemente de reuso, para compor suas obras. Tudo o que cai em suas mãos vira arte.

Sua trajetória tem sido meteórica. De forma autêntica, foi na rua que começou criando vídeos de skate, quando também passou a fotografar cenas urbanas das periferias.

Passou a experimentar possibilidades criativas e suportes em um caminho totalmente autoral, mas em diálogo com sua pesquisa pessoal e os impactos que os trabalhos de Jean-Michel Basquiat, Cy Twombly, Merz, Robert Rauschenberg, Andy Warhol, Daniel Melim e Obey Giant, entre outros, tiveram e têm sobre ele.

Desde então tem despertado o interesse de galerias, espaços culturais, curadores, editores e colecionadores, o que resultou em convites para dezenas de exposições.

Danilo Cunha leva a rua para os espaços de arte e a arte para as ruas, de forma intensa. Cria com uma profusão impressionante o tempo todo, lançando-se desafios, um após o outro.

Daí nasce sua poética, inquieta, provocadora, por vezes, sarcástica, e que explora conteúdos sociais, nos quais pessoas incomuns, como moradores de rua, assumem o protagonismo das narrativas e sensações materializadas. Também as mulheres e sua emancipação, aceitação e autorreconhecimento são temas recorrentes que investiga e exibe.

Sempre quer provocar reflexões e diálogos, com uma sinceridade que pode ser desconcertante, a mesma que carrega em si.

Danilo Cunha mergulha, pela fotografia e outras técnicas, no universo dos moradores de rua. Trata-se de um universo em que o lixo, o considerado sujo e as ausências estão paradoxalmente onipresentes.

O artista criou mini instalações em lugares abandonados, revelando um submundo em esquecido, abandonado e oficiosamente invisibilizado nas metrópoles. Ao se valer de espelhos usados e acrescentar neles palavras e fotos, fortalece a proposta de desobediência estética, abrindo portais e criando renovadas relações pessoais, sociais e ambientais.

Serviço:

"Desobedeça", de Danilo Cunha

Abertura: 26 de agosto (sexta-feira) a partir das 17h no Saguão da Estação Cultura com a participação especial do projeto Massa Brasilis do DJ João Oliveira

Período: de 26 de agosto a 2 de outubro e pode ser visitada de segundaa sexta-feira das 9h às 18h e, aos sábados, domingos e feriados, das 9h às 15h.

Endereço: Praça Marechal Floriano Peixoto, s/nº - Centro, Campinas.

A entrada é pública e gratuita.