Fausto Antônio lança dois livros na Biblioteca Municipal na próxima quinta

O escritor Fausto Antônio, professor e pesquisador do Instituto de Humanidades e Letras da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, lança em Campinas, na próxima quinta-feira, 13 de julho, às 19h, os livros “Memória dos Meus Carvoeiros” e “No Reino da Carapinha”. O lançamento será na Biblioteca Municipal Ernesto Manoel Zink, com entrada gratuita.

 

 

No livro "No Reino da Carapinha", o autor incursiona pela literatura infantojuvenil, enquanto no romance adulto, "Memórias dos meus Carvoeiros", retrata um pouco da história de sua família, já que mãe, tios, tias, avô e avó foram carvoeiros. "Ambos dialogam com a cosmogonia negro-brasileira", destaca.

 

 

Ao completar 31 anos de escrita literária, Fausto Antônio tem quatro projetos em curso. O primeiro diz respeito à publicação dos seus textos teatrais, incluindo o monólogo "Arthur Bispo do Rosário, o Rei" (já encenado pelo ator Roberto Boni). "Pretendo também organizar a edição dos meus contos dispersos em vários livros, especialmente aqueles publicados na coletânea Cadernos Negros", adianta o escritor, lembrando, ainda, a exposição de poesia concreta e visual denominada "Patuá de Palavras", no Museu Afro-Brasileiro de Salvador, na Bahia, e, por fim, citando a publicação de uma nova edição do livro "No Reino da Carapinha" com projeto gráfico repaginado, feito em parceria com o cartunista Junião e Marciano Ventura, do projeto editorial da Ciclo Contínuo.

 

 

As obras

 

 

Na apresentação do romance "No Reino da Carapinha", a escritora Heloisa Pires Lima destaca que a “sociedade brasileira demorou um tanto para integrar personagens negros nas bibliotecas dirigidas ao jovem leitor. Esta ausência ou presença auxilia na percepção positiva ou negativa acerca da origem africana e suas descendências ao longo de nossas histórias. Afinal, o modelo de humanidade que habita a ficção é um mediador para como a realidade é percebida”.

 

 

Sobre o “Memória dos Meus Carvoeiros”, o professor Paulo Sérgio de Proença destaca a importância da palavra escrita, mas afirma que não se pode prescindir da vivacidade constitutiva da palavra oral. "Aquela voz negra de todos os tempos é capaz de encantar e, no encanto, revelar a sua própria essência, a perenidade dessa conversa iniciada e jamais encerrada. As palavras eram sementes. Sementes de uma Baobá, que se abria como um portal”.

 

 

Para Proença, “a pena com que Fausto Antonio escreve a obra é um carvão; a tinta é o calor das chamas dos fornos em que as suas crianças carvoeiras trabalhavam. Quem partilha dessa sina, quem tem a negritude no corpo cinzelada a carvão, fogo incandescente, emociona-se com essa narrativa cheia de vida, escrita com amor ardente, no sentido mais literal da expressão”.

 

 

Serviço

 

 

Lançamento dos livros "Memórias dos meus Carvoeiros" e "No Reino da Carapinha", de Fausto Antônio

 

Quando: 13 de julho, quinta, 19h.

Onde: Biblioteca Pública Municipal Professor Ernesto Manoel Zink (Rua Benjamin Constant, 1633. Centro. Campinas)

Entrada gratuita